Sempre gostei de equinócios. Quando criança, eu celebrava a transição entre estações - e a primavera é a mais bonita delas, apesar das cores do outono.
Tenho percebido a vontade de escrever voltando, e talvez o fato de a comunidade do Substack estar crescendo me dê alguma esperança para a retomada da era de ouro da internet: a blogosfera. Quando a gente escrevia sobre nossa modesta vidinha sem uma base de comparação, com um template piscante e colorido, e deixava a lista de blogs indicados à mostra. Quanto mais único era um blog, melhor.
Que diferente do feed padronizado no Instagram, numa interface sem graça que muda a cada 6 meses, né? Aliás, meus pêsames a todos os criadores de conteúdo que estão precisando trocar legendas por reels (eu escrevendo como se não trabalhasse com isso também). Uma plataforma copiando a outra - hoje vi que o Tik Tok já vai implementar o recurso de duas câmeras do BeReal. Mais do mesmo, over and over again.
Isso me lembra da quantidade absurda de remakes e reboots sendo feitos na última década. Gosto de alguns, mas já ando saturada e meio incomodada. O que aconteceu com os roteiros originais? Não acredito que a humanidade esteja ficando menos criativa - talvez a indústria é que não esteja mais dando tanto espaço para esses artistas que propõem algo feito do zero. "Para que investir no desconhecido, se a história X já tem público nostálgico garantido, e atende aos interesses que o algoritmo identificou?" E assim vamos ficando cada vez mais previsíveis, retroalimentando as mesmas narrativas, vivendo mais e mais na nossa bolha e até fazendo comparações injustas como animação versus live action.
Mas para não parecer tão amarga, preciso dizer que chorei com a reação das crianças que se identificaram com a nova Ariel. Coisa mais linda. E fiz questão de seguir a atriz para demonstrar meu apoio, porque o nível de hate racista que essa mulher recebeu é absurdo. Quando penso que isso aconteceu em pleno ano de 2022, consigo entender por que o nosso país foi capaz de eleger o - rufem os tambores - "imbrochável".
E é isso aí. Com a ameaça nuclear da Rússia, às vésperas de uma eleição presidencial que pode ou não ser decidida no primeiro turno - espero que você colabore para que isso aconteça - seguida de Black Friday e Copa do Mundo, estamos mesmo em alguma fase de transição.
Que venham flores, amém.
O que eu tô descobrindo?
Já faz algum tempo que quebrei meu preconceito com os doramas (dramas asiáticos) e entendi que era só uma questão de encontrar aqueles de quem eu era o público-alvo. Quero deixar a indicação de dois que foram especialmente marcantes, por motivos diferentes:
Seguidores (2020):
Trinta e Nove (2022):
O que você tá sentindo?
Conta aí nos comentários como você passou os últimos 6 meses. O que mudou na sua vida, além das estações? O que descobriu de interessante? Bora atualizar a conversa. :)
E se preferir receber os próximos conteúdos por e-mail:
Se você chegou até aqui, receba meu muito obrigada. Não prometo que volto na próxima semana, porque claramente falhei em manter uma frequência semanal. Mas espero não demorar tanto tempo.
Fique bem e vote certo,
Luane.